Estado actual #2
Setembro 18, 2009
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Setembro 18, 2009
Setembro 16, 2009
Setembro 16, 2009
Horácio tinha deixado a senhora em casa e ficou um bocado sentado dentro do carro antes de entrar. Aquela matiné não tinha corrido nada bem. Os pés falharam-lhe no tango e doía-lhe só de pensar na sua prestação ridícula na salsa. Custava-lhe perceber como é que aquela senhora tinha aceite que ele a levasse até casa depois de todos aqueles momentos tão embaraçosos.
Só lhe vinha à cabeça uma resposta. E foi isso que o fez arrancar um carro, com um sorriso nos beiços. Só podia ser isso. Ele não andava a olhar para os amigos com outros sentidos. Não apreciava, não senhor. Mas ele tinha olhos, isso tinha. Tinha dois olhos ainda resistentes às tristezas dos 75 anos.
Entrou em casa e antes de ir até ao quarto foi à casa de banho livrar-se do peso incómodo que sentia na bexiga. Olhou-se de alto a baixo no espelho e voltou a sorrir. Depois de pôr a placa num copo pensou: «Sou bonito». E sorriu de novo, desta vez apenas com as gengivas. «Até que sou um velhote jeitoso».
Vestiu o pijama de cetim que comprou um dia depois de ter ficado viúvo. Foi para a cama e acabou o dia a rezar e a pedir a Deus que o protegesse da calvície, enquanto tirava o capachinho.
a partir de uma frase solta escrita em 2006
Setembro 15, 2009
Parecer leve e fútil sem ser assim tão leve ou fútil tem que se lhe diga.
Seu Jorge regressa já no dia 8 de Outubro
Setembro 15, 2009
É doloroso, este cartaz australiano do novo filme do Von Trier. Esperemos que o filme também o seja, para não deitar por água abaixo as expectativas.
Setembro 14, 2009
Setembro 13, 2009
O José Gomes Ferreira escreveu que «viver sempre também cansa». Uma senhora de 91 anos com quem falei hoje quase que o citou, embora eu não tenha percebido se o fez voluntariamente ou não. «Viver muito é bonito. Mas também cansa». Pode ser uma frase mais singela mas arrisca-se a ganhar em honestidade.
Setembro 11, 2009
Numa velha novela venezuelana. Mas sem ser cego, paralítico ou essas trapalhadas todas. Resta uma coisa.
Setembro 10, 2009
Agnès Varda não confiou a tarefa de contar a história da sua vida a qualquer um. Ainda bem. Esta tarefa, para ser levada a bom porto, tem de ser executada pelo próprio. A avançar e a recuar nos tempos certos. E a dosear os altos e baixos de uma jornada de mais de 80 anos seguindo uma memória de pleno direito: a de quem pode voltar a pôr os pés nas suas pegadas e sentir-se confortável.
Logo no início de «As Praias de Agnès», Varda diz-nos o seguinte:
Se abrissem as pessoas, encontrariam paisagens.
A mim, se me abrissem, encontrariam praias.
E encontramos, é verdade. Mas com as praias vêm as pessoas e, no fim das contas, sem elas as praias de Agnès não teriam o mesmo aroma. Jacques, Jean, Rosalie, Mathieu ou Jane... Bastam os nomes próprios para alinhar no jogo que se instala entre a honestidade necessária para revelar qualquer passado e a ironia indispensável para o fazer sem medo.
E se também fizéssemos o mesmo exercício? Que pessoas saíriam de cá de dentro se nos abrissem?
O filme «As Praias de Agnès» continua a resistir numa sala dos cinemas City Alvalade.
Setembro 09, 2009
Your day breaks, your mind aches
You find that all her words of kindness linger on
When she no longer needs you
She wakes up, she makes up
She takes her time and doesn't feel she has to hurry
She no longer needs you
And in her eyes you see nothing
No sign of love behind the tears
Cried for no one
A love that should have lasted years
You want her, you need her
And yet you don't believe her when she says her love is dead
You think she needs you
And in her eyes you see nothing
No sign of love behind the tears
Cried for no one
A love that should have lasted years
You stay home, she goes out
She says that long ago she knew someone but now he's gone
She doesn't need him
Your day breaks, your mind aches
There will be times when all the things she said will fill your head
You won't forget her
And in her eyes you see nothing
No sign of love behind the tears
Cried for no one
A love that should have lasted years
Paul McCartney
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