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Longitudinal

Há cenas que fazem um filme #2

Julho 30, 2010

 

Contei quase 40 "fucks" ou derivados apenas nesta cena. A angústia, a  raiva, o desespero, a desilusão não são sentimentos que precisem de fucks para serem mais verdadeiros. Mas, da mesma forma que a relação entre o dinheiro e a felicidade, podem dar uma ajuda. Neste caso ajudam muito. O filme quase que podia terminar por aqui e dava-me por satisfeito. Perante o soberbo deixo também um... fuck!

 

O jardim está pronto

Julho 28, 2010

 

O jardim está pronto. As obras terminaram há algumas semanas (talvez um mês. ou dois) mas só agora começa a ser jardim de novo.

 

Há um quiosque que abre pelas nove horas. As mesas fazem pouco barulho enquanto as arrastam até ao sítio onde vão ficar todo o dia, protegidas do sol por uns chapéus que a esta hora ainda não estão abertos em toda a sua glória. O calor ainda é suave e as copas das árvores substituem-nos por uns tempos. Há um velhote que passa. Uma boina coçada na cabeça e uma t-shirt com a cara, já azul, do Kurt Cobain. Por baixo uma inscrição:1967-1994. Só dois bancos estão ocupados mas qualquer um dos outros é um convite ao reconhecimento daquele jardim rasgado entre edifícios mais altos que as mais velhas árvores. Há um homem sentado num banco. Vai olhando para o relógio e eu gostava que ele tivesse marcado um encontro naquele banco de jardim. Há um casal. Ele lê A Bola com uma mão no papel e outra agarrada à mão da mulher. Ela divide-se entre olhar para os pombos e olhar para o marido, que lhe aperta a mão e descobre as últimas novidades do mundo desportivo. Estão rodeados de pombos (e até os pombos parecem novos) e cabe-lhe olhar para os pássaros e perceber as intrigas, as mentiras, as traições que se passam entre penas... No final do dia, à mesa, ela conta-lhe tudo "tim tim por tim tim", porque ele estava distraído com o futebol. E ele no final diz-lhe: " Se não te tivesse, quem ia olhar para os pombos por mim?".

 

O jardim está pronto. Só falta mesmo ligar a fonte.

México

Julho 23, 2010

 

 

 

- Quando te vi a descer aqueles degraus pela primeira vez percebi logo.
- Que eu era a tal?
- Também.
- Então? Que mais?
- Que a minha mãe te ia odiar.

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