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Longitudinal

Tele-passadismo: os Jogos Sem Fronteiras

Janeiro 12, 2018

 

 

Acabou tudo num bacalhau com natas às nove da manhã. (Na verdade acabou um ano depois, quando Portugal deixou de participar nos Jogos Sem Fronteiras). Mas a noite de Agosto de 1997 em que, pela última vez, uma equipa portuguesa ganhou uma final desse concurso de televisão, terminou já na manhã do dia seguinte com um prato de bacalhau com natas. Nessa noite, uma forte chuvada, seguida de raios e coriscos, fez adiar a gravação do programa e daí a refeição planeada para a meia-noite ter sido transportada para nove horas mais tarde. Esperemos que ainda quente.

Vinte anos depois dessa final, que sagrou campeã a equipa da Amadora, alguns participantes (o treinador, o seleccionador das equipas, dois atletas e o apresentador) regressam ao seu próprio álbum de memórias para falar de um programa que ainda não lhes sai da cabeça. E o mesmo poderiam dizer gerações de portugueses.

 

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No especial do jornal PÚBLICO, há ainda a oportunidade de experimentar um jogo retro inspirado nos Jogos Sem Fronteiras chamado "Em Busca do Joker" (obra do Miguel Cabral) e folhear o manual desta final de 1997.

 

Dos manuais às universidades, onde está o racismo na escola?

Setembro 14, 2017

Neste quarto trabalho da série Racismo à Portuguesa, analisa-se a forma como ao longo das várias etapas do sistema de ensino os alunos negros são avaliados e escrutinados. Mas também a representação do colonialismo, da escravatura e dos cidadãos negros nos manuais escolares. Esta série é a segunda parte da série Racismo em Português, sobre o colonialismo português em África e centra-se, por isso, no racismo contra os negros. Justiça, habitação, emprego, educação, activismo e as marcas do colonialismo em Portugal são as áreas abordadas.

 

(Reportagem de Joana Gorjão Henriques, Frederico Batista e Sibila Lind)

"Vemos as cores, não vemos as competências"

Setembro 12, 2017

Terceiro trabalho da série Racismo à Portuguesa, do jornal Público, com uma perspectiva sobre o mercado de trabalho em Portugal. Esta série é a segunda parte da série Racismo em Português, sobre o colonialismo português em África e centra-se, por isso, no racismo contra os negros. Justiça, habitação, emprego, educação, activismo e as marcas do colonialismo em Portugal são as áreas abordadas.

 

(Vídeo de Sibila Lind, Joana Gorjão Henriques e Frederico Batista)

"Somos negros. Portugal ainda não dá valor como gente"

Setembro 12, 2017

 

 

Segundo trabalho da série Racismo à Portuguesa, do jornal Público, onde se analisa o acesso à habitação, desde a procura de casa à construção informal de bairros. Esta série é a segunda parte da série Racismo em Português, sobre o colonialismo português em África e centra-se, por isso, no racismo contra os negros. Justiça, habitação, emprego, educação, activismo e as marcas do colonialismo em Portugal são as áreas abordadas.

 

(Reportagem de Joana Gorjão Henriques e Frederico Batista)

"A lei pinta o suspeito de negro"

Agosto 23, 2017

 

Primeiro trabalho da série Racismo à Portuguesa, do jornal Público, onde se o panorama do sistema judicial português, desde a actuação policial até às prisões, onde se verifica uma sobre-representação dos cidadãos negros. Esta série é a segunda parte da série Racismo em Português, sobre o colonialismo português em África e centra-se, por isso, no racismo contra os negros. Justiça, habitação, emprego, educação, activismo e as marcas do colonialismo em Portugal são as áreas abordadas.

"Era o mar, era a terra e era a baleia"

Julho 24, 2017

A memória é uma coisa que vem em debandada mesmo que, por vezes, demore a revelar-se. É também uma coisa que apanhamos quase sempre no último troço de uma cadeia longínqua. A minha memória é também a dos meus pais, dos meus avós, dos meus tios, dos meus bisavós que não conheci. Cheguei ao Pico depois de ouvir o Francisco Henriques, que me falou dos baleeiros que ele e o Luís Bicudo andavam a escutar há mais de um ano em todas as ilhas dos Açores. Esses baleeiros - os últimos e os derradeiros desde há décadas - continuavam a aparecer. Como as memórias, curiosamente.

 

O Luís, por exemplo, anda a fixar a memória dos avós, e por arrasto a da sua ilha e a do seu arquipélago, há alguns anos. Com uma curta-metragem, com uma longa-metragem, e depois com um projecto a quatro mãos, correndo as nove ilhas dos Açores em busca dos testemunhos de quem andou na caça ao cachalote. É um percurso de endurance. Não poderia ser de outra forma, suponho. Este último projecto, aquele que fez com o Francisco, chama-se Arquivo de Memórias da Baleação. É um tesouro.

 

Em 1867, Mark Twain esteve nos Açores durante uma viagem a bordo do paquete Quaker City. Passou ao largo da ilha das Flores. Esteve pouco tempo no Faial, durante o qual admirou a milagrosa limpeza da ilha e as suas estradas maravilhosas. O mesmo não podemos dizer da sua percepção dos faialenses. "A comunidade é principalmente portuguesa - ou seja, pobre, apática, modorrenta e preguiçosa", escreveu nos seus relatos (publicados em Portugal pela Tinta da China, com o título A Viagem dos Inocentes).

 

Por esta altura já havia açorianos na baleação norte-americana há décadas e mesmo nos Açores já se caçavam cachalotes ao largo das ilhas, sobretudo naquelas mais a Oeste. Lembro-me portanto das palavras de João Carlos Lopes, que no início dos anos 1980 foi ao Faial ao encontro dos baleeiros ainda no activo: "Imagine um pequeno bote, com sete homens lá dentro, um homem de pé com uma lança na mão a fazer a aproximação a um bicho do tamanho de um autocarro." Não consigo ajustar isto nem à apatia, nem à modorra, nem à preguiça que Twain disse ter encontrado. Recordo-me ainda das conversas com os baleeiros e da forma como falavam da sua vida, a de agora mas sobretudo a daquele tempo. Com arrebatamento, como quando a memória se começa a desembaraçar.

 

"Era o mar, era a terra e era a baleia"

Especial multimédia "Era o mar, era a terra e era a baleia"

Reportagem Nos Açores, à procura de homens que são máquinas do tempo 

 

 

Steiner e os perigos da ficção

Julho 13, 2017

"Toda a minha vida foi dominada pela pergunta: como é que aquilo pôde acontecer na Europa? Como é que por trás da casa de Goethe existe um campo de concentração? Como é que o país mais educado do mundo se tornou nazi? Nunca se esqueça de que a educação na Alemanha era provavelmente a mais avançada, mas não foi suficiente para travar Hitler. Toda a minha vida me interroguei sobre se as humanidades realmente humanizam. Deixe-me colocar a questão desta forma: passo o dia todo com os meus alunos a ler o King Lear e, ao voltar para casa, estou tão possuído interiormente por esse texto que não ouço os gritos de alguém na rua. Alguém grita por ajuda e eu não ouço. Sempre me intrigou até que ponto a ficção - e 'ficção' é a palavra-chave - pode ser mais poderosa do que a realidade. Passei a vida a ensinar as pessoas a ler e a amar o que leem. Mas questiono-me a mim próprio sobre o perigo imenso de nos identificarmos com a ficção."

 

(George Steiner em entrevista a Luciana Leiderfarb numa revista do Expresso de há umas semanas)

Escrever em voz alta

Julho 04, 2016

Durante nove meses, oito pessoas traçaram um objectivo: escrever uma peça de teatro. A maior parte nunca o tinha feito (ou pelo menos desta forma). A cada semana expuseram os seus textos, inquietações e as dores de parto de um processo criativo. O Teatro Nacional D. Maria II criou um Laboratório de escrita para teatro, com o olhar apontado para o surgimento de novos dramaturgos e de novos textos. As palavras e personagens criadas nos últimos meses vão ganhar corpo no Festival de Leituras Encenadas, até 26 de Junho. no D. Maria II, em Lisboa. Será uma prova de fogo para os oito autores, que se conheceram no quinto piso do Teatro Nacional, onde criaram uma ligação familiar. Até que a sala se tornou pequena, num dia em que receberam os encenadores e actores que, a partir de agora, vão pegar nos seus textos. É por aí que começamos. Pelo fim.

 

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